11 de jul. de 2008

De volta de Philadelphia, bem decepcionado, e depois de ter olhado as partidas em casa, com a cabeça fresca, dá pra tecer algumas considerações:
  • controle de tempo: sou um desses jogadores para quem o tempo é sempre insuficiente. Isso me fazia perder valiosos pontos em partidas ganhas ou empatadas por não conseguir completar o número de lances obrigatórios, ou por ultrapassar o tempo permitido. Nos últimos anos passei a policiar isso dividindo o tempo total em grupos de 10 lances. Isso me ajudava a saber se estava com uma relação razoável entre tempo e número de lances. Aqui nos EUA perdi a mão e essa técnica não funcionou, particularmente no World Open em que tive várias derrotas causadas diretamente pela falta de tempo mas, como já disse Fischer, culpar o tempo pelas derrotas é como alegar estar bêbado por causar um acidente de trânsito. Não serve como desculpa. Isso tem que ser melhor trabalhado.
  • abertura: de maneira geral não está ruim, mas algumas linhas mais agudas não podem ser deixadas para ser (re)descobertas no tabuleiro, ainda mais para um consumidor de tempo contumaz como eu.
  • meio-jogo: a menos que se confie mais na intuição, é muito arriscado entrar em complicações em todas as partidas (o tempo vai embora rapidinho) se você pretende analisar a fundo todas as variantes. Mas tenho falhado em alguns lances táticos bem objetivos.
  • Final: não posso reclamar. Tenho tido bons resultados graças a eles.
  • Brancas ou Pretas? Meus resultados de pretas têm sido muito melhores. Acho que tem a ver com um melhor domínio das aberturas. Se eu melhoro com as brancas (o que não deveria ser tão difícil), o resultado geral deve melhorar muito.
  • As partidas
Vou começar pela última rodada que foi uma das mais interessantes (pelo menos eu ganhei). Joguei minha velha Leningrado e troquei rapidamente as Damas, entrando em um final favorável às pretas graças à fraqueza de d4 e às melhores perspectivas de todas as peças pretas (ruptura em a4, b5, h5, colunas para a torre, pontos fracos para os cavalos). Mas tive, mais uma vez, que lutar contra o tempo.





2 comentários:

Masegui disse...

Olá Silvio,

Deixe de preguiça e faça uma resenha do torneio. Conte como funcionam as coisas, algum fato inusitado, quem são os mestres malas e os que são gente boa, se teve participação de mais brasileiros, enfim, os causos!
Nós, capivaras, também gostamos de fofocas...

Abração, Mário Sérgio

lola aronovich disse...

Apoiado, Mario! Vc só se esquece que, com todas as partidas do Silvinho durando 6 horas, ele não tem tempo de observar os arredores, e muito menos de conversar com os mestres! Mas seria legal ter mais fofocas sim.