23 de mar. de 2008

Chicago Open


Em maio, dias 25 e 26, vou jogar o Chicago Open. É um dos super torneios abertos aqui dos States e, como tal, vai ter um bando de GMs fortes babando pelos prêmios. Premiação total: US$ 100.000 verdinhas. E aí você pensa: “Será que não dá pra ganhar nenhum dinheirinho desses aí?” A resposta é: claro que dá! Mas há algumas dificuldades técnicas (e econômicas). Primeiro: o torneio tem 10 categorias. Cada uma é um torneio separado. Na categoria open, joga quem quiser e todos que tiverem rating (americano) acima de 2300 . São 10 prêmios, sendo o 1o lugar = $ 10.000 e o 10o = $ 400. As outras categorias são sub 2300, sub 2100, sub 1900, sub 1700 com o 1o prêmio = $5000 e o 10o = $300. Depois tem uma categoria sub 1300 com 1o lugar = 3.000 e 10o $300. As outras 3 categorias tem prêmios baixinhos. E aí, deu ou não deu vontade de pegar o primeiro ônibus e vir pra cá jogar esse torneio? Aí é que a coisa pega: se voce já está por aqui (nos EUA), primeiro tem que fazer a inscrição (antecipada pra não pagar muito mais - “apenas” US$ 200). Depois, tem que ir pra Chicago e achar um lugar mais barato pra ficar, porque o super hotel do torneio é meio caro e, enquanto você não ganhar o prêmio do torneio, é melhor dar uma economizada. Essa parte é fácil, já que Chicago é uma das maiores cidades americanas e tem dezenas de opções boas e baratas pra ficar, um sistema de transporte diuturno muito bom e, afinal, o torneio é em Chicago, não é? Não é. Apesar de se chamar Chicago Open, o torneio é em um súburbio de Chicago que fica a umas 30 milhas de Chicago (uns 50 km). Felizmente tem um ônibus que vai até lá. Pena que não funcione nos finais de semana e feriados. Sem falar que o último ônibus pra voltar é às 6 da tarde (bem no começo da partida). Portanto, adeus hotel baratinho. Tem que ficar no hotel do torneio mesmo. Ano passado eu fiquei na casa de um amigo e o torneio era só a umas 15 milhas do centro. Eu pegava o metrô às 6:30 da manhã, descia no ponto final, pegava um ônibus às 8, e chegava no torneio às 9, bem no início da rodada. Jogava 2 ou 3 partidas, quase sem tempo pra almoço e janta, pegava um táxi até o metrô e o metrô até em casa. Aí já era meia-noite. No segundo dia eu já não conseguia falar em inglês e no último nem mesmo em português. Ainda assim, deu pra ficar em 6o lugar. Continuando a saga: Se você chegar aqui com um rating FIDE baixinho, deve dar pra faturar uma boa grana; se não, vai ter que jogar com um monte de GMs que sabem que abaixo do 3o lugar não vale a pena o esforço (não tem colher de chá: o lema dos torneios aqui é “prêmios altos nenhuma regalia” - não existe hospedagem grátis pra titulados). Eu joguei uma partida com um GM russo, Alexander Goldin, que mora aqui e disse ter parado com o xadrez por não compensar mais financeiramente nos EUA. Agora tem se dedicado ao jogo de pôquer. Ele ficou em 5o lugar no torneio de xadrez e ganhou $140. Agora, jogadores como o Everaldo Matsuura provavelmente ganhariam um bom dinheiro por aqui.

3 comentários:

lola aronovich disse...

Oi, lindao! Que foto bonita de vc em Chicago! (e isso que vc ta fazendo careta). Quem tirou?

lola aronovich disse...

Oi, amore! Fiquei com saudades, dai vim aqui ver uma foto sua. Quer dizer, eu tirei outras bem mais bonitas, mas vc escolheu essa em que vc ta fazendo careta. Tudo bem. Te amo mesmo assim.

Krikorsm disse...

Fala Silvão!

Valeu pelo comentário lá, to dando uma olhada no seu blog agora.. poxa, ouvi falar isso bastante dos Estados Unidos mesmo.. Esses abertos são absurdamente grandes, muita grana, mas eles dividem para o pessoal de rating baixo.
Boa sorte, tenta acertar os bam-bam-bam aí!

Krikor