29 de nov. de 2011

JASC 2011 - parte1

No dia 11 de novembro começou a competiçào de xadrez dos Jogos Abertos de Santa Catarina. Este ano eu tive a honra de integrar a equipe de Florianópolis. Só tenho a agradecer ao Marcelo Pomar pelo convite.

Todos os resultados e formaçào das equipes podem ser vistos aqui  ou no chess-results aqui o masc e aqui o fem

Tanto o masculino como o feminino terminaram  em 3o lugar com destaque para as meninas que ficaram na frente da fortíssima Blumenau.

A equipe tinha, coincidentemente, os 4 últimos campeões catarinenses: Kaiser Mafra, Cesar Umetsubo, eu e Charles Gauche. Este último merece um capítulo à parte. É uma das figuras de melhor astral que já vi, dentro e fora do xadrez. Todos os outros me perdoem mas o Charles é fundamental. Azar de quem abriu mão dele.Além da força extraordinária como jogador, ainda é capaz de motivar qualquer equipe. E, ainda mais, me fez testemunhar uma das cenas mais tocantes que eu já tenha vivido em todos os meus anos de xadrez.

Outra grande alegria foi reencontrar a Amanda (Paul), que foi minha aluna no Colégio Nova Era em Joinville. Ela está se tornando uma grande jogadora tendo derrotando o monstro sagrado de Blumenau, Regina Ribeiro, em um dos matches decisivos.

Os dois torneios (masc e fem) foram jogados no sistema schuring, 9 rodadas com um sistema de acréscimo pouco usual de 1min a cada lance que permitia partidas bem longas. Com frequência as partidas chegaram a mais de 6 horas.

É impressionante a utilizaçào das novas tecnologias atualmente no xadrez: praticamente todos os jogadores das duas equipes usavam computador para se prepararem (uma excessào é este dinossauro que vos fala). Isso ensejou uma situaçào engraçada. No dia em que eu nào joguei fiquei no alojamento para descansar e me preparar contra o Alfeu, de Lages. Depois que todos sairam fui olhar algo em um dos laptops. Quando liguei o do Ucsai, precisava digitar a senha. Tentei lembrar dos filmes em que isso acontecia mas não me veio nenhum insight mágico. Passei para o netbook do Umetsubo. Linux. Quem é que sabe os comandos para entrar nisso? Esquece. Só restava uma alternativa: dormi uma boa parte da tarde e depois fiquei lendo um livro (não de xadrez) que o Kaiser tinha trazido (esse cara tem planos para o futuro. Cuidado com ele.)

À noite, quando a equipe voltou, nào comentei nada e, no dia seguinte fiz a minha melhor partida no torneio, ganhando do Alfeu, de pretas em menos de 20 lances.

Segue a partida:











2 comentários:

lola aronovich disse...

Minha paixão, que orgulho! Adorei o cavalo em d1! Pra mim esse é o lance que define. Só não gostei de ver o "meu" gambito do Rei tão desmoralizado assim.
Abração pra todo mundo de SC!

Marcelo disse...

Caro Sílvio, você, sutilmente, tocou num ponto importantíssimo com relação à preparação por computador e falou, também de forma sutil, sobre a leitura: você leu, às vesperas de uma partida importante um livro (não enxadrístico). Já vi alguns comentários do Aronian, gelfand, Ivanchuk, por exemplo, em que eles enfatizam a leitura, não só de xadrez, mas literatura mesmo ou outro assunto, é muito importante tanto para a vida pessoal como para o xadrez. Para o Capablanca eu li o livro do Frank Brady sobre a biografia do Fischer e pratiquei também outras leituras (Revista VEJA, por exemplo), além dos benefícios citados acima, acredito que ajuda na concentração. Quanto à preparação por computador, no meu caso, eu uso mais para ler livros em PDF, há excelentes livros de xadrez na NET que podem ser baixados, também não sou dependente da análise do computador, até porque, na hora da partida, terei que calcular de punho, ou melhor, "de cérebro", então é mais salutar treinar incansavelmente o cálculo. Parabéns pela contribuição que você dá ao xadrez e pela forma como você encara a Arte de Caíssa. Marcelo Cunha Guimarães